O meu amigo e colega Gérard informava-me, rindo como foi confrontado com a paranóia portuguesa das senhas.
"A gare do porto já tem senhas. A gare dos comboios está como a segurança social." E contava: "hoje, quando cheguei a Campanhã dirigi-me à bilheteira e pedi um bilhete e a menina respondeu-me a senha, a senha! Como não tinha ninguém à frente não percebia a insistência, porém, só tive bilhete depois de dar a senha." Pensei que estava na Segurança Social.
O meu amigo Gérard tomou o comboio em Dole e o TGV em Dijon, passou pelo aeroporto de Orly e nunca teve nenhuma senha. Estranhou, pois, que num local onde não havia fila lhe não vendessem um bilhete sem senha e lembrou-se das horas que com uma senha esperou pela sua vez na fila da Segurança Social.
Apenas ri do seu humorado comentário. Sei que as senhas tomaram conta de nós; e gostava de saber que empresa é esta e a quem pertencem os capitais, pois esta coisa das senhas é uma anedota para qualquer estrangeiro que se desloque a Portugal e um patetice para nós. Só mesmo ideia de chico esperto, pois claro.
As senhas são inimigas do ambiente. As filas são um comportamento social interessante e um acto de responsabilidade cívica. Morte às senhas, pois então!
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