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13/02/2022

Pax Iulia capítulo de Ciudades Romanas de Hispania Cities of Roman Hispania



A Colónia Romana de Pax Iulia apresenta os novos achados e o conhecimento possível que deles resulta em excelente volume coordenado por Trinidad Nogales Basarrate ,a. diretora do Museu Nacional de arte Romano de Mérida

(...)Sobre Pax Iulia, a importante cidade romana da Lusitânia Meridional, não faltam na cidade testemunhos que atestam o seu processo de construção e a sua importância. O complexo de termas que está agora a ser encontrado na área do jardim do tribunal revela, uma vez mais, como é possível encontrar testemunhos dos tempos antigos da cidade em excelente estado de conservação. No mesmo sentido, o baptistério escavado (Fig-2-E) em frente ao templo do complexo tiberiano, abre novas linhas de estudo e convoca o célebre bispo Apringio de Beja em 531. Os trabalhos em curso atestam o decisivo papel deste bispo na continuação da cidade de Beja, durante a Tardo Antiguidade como principal espaço político e de representação regional, certamente requalificada e readaptada (Lopes, 2020).

Se os paradigmas da arqueologia urbana em Portugal se alterarem juntando vontades, zelo político e envolvimento da comunidade, os próximos anos serão determinantes para encontrar a nova imagem da cidade romana que aqui brevemente expusemos.

Poder-se-ia dizer que o mesmo se passa no que respeita ao espaço extra muros da cidade. O conhecimento do quadro de exploração agro-pecuária, que vimos defendendo se torna necessário para alimentar as estruturas ligadas á indústria de salga e conserva de peixe e à produção de ânforas no vale do Sado e na costa litoral na área de Sines, sairia reforçado se se fossem acautelando os dados sobre os quais muito frequentemente surgem notícias de destruição em razão da agricultura intensiva, motivadas por destruições não controladas e às vezes criminosas de villae.

Neste tema se enquadra a problemática da rede cadastral, o instrumento de estruturação e gestão do espaço agrário que terá servido de suporte à exploração desse território, o qual tem estimulado grandes debates. Se em nossa opinião o trabalho de Cedric Lavigne que “ouvre sur des realité planimetriques extrêmement variées, potenciellement riches de sense quant a la comprehension du rapport des societés anciennes à l’écoumène» (Lavigne, 2006: 44) nos estimula metodologicamente e abre novas perspectivas, outras publicações mostram o mesmo interesse mas outras metodologias de abordagem.

J. Gerard Gorges, em publicação datada de 2010, faz uso de metodologia muito ancorada em estudos morfo-históricos e afirma perentóriamente a confirmação da existência de dois grandes cadastros romanos, tal como V. Mantas o havia proposto (Mantas, 1996) Apesar de se apresentarem muito degradados na zona envolvente de Beja a “trame est suffisamment conservée dans deux secteurs ou certains vestíges sont encore repérables” (Gorges, 2010: 160). Ora, até ao presente, e apesar de vastissimos trabalho de arqueologia preventiva, nenhum traço dessa eventual centuriação foi registado.

Na breve síntese que serve de apresentação dos novos dados arqueológicos da cidade de Pax Iulia, a cidade que Estrabão designou de Pax Augusta, quando a referiu em conjunto com as colónias de Augusta Emerita, e Caesaraugusta, se deixou aberto o interesse e a importância que os novos dados arqueológicos trazem para o conhecimento da cidade capital do conventus pacensis.



Ciudades Romanas de Hispania

Cities of Roman Hispania

Trinidad Nogales Basarrate

Editora


Edición del volumen:

Trinidad Nogales Basarrate


Coordinación editorial:

María José Pérez del Castillo


Diseño y maquetación:

Artes Gráficas Rejas, S. L. Mérida (Spain)

Ilustración de la cubierta: Recreación ideal de Augusta Emerita, J.R. Casals.

Ciudades Romanas de Hispania

Cities of Roman Hispania

(Hispania Antigua, Serie Arqueológica, 13)


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