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28/02/2011

Líbia



Poderia escrever ainda muito mais coisas sobre a Líbia. E como gostaria de as saber escrever!

Mas quando se imagina que o intangível  azul do mar de Sabratha ganha as cores rubras do sol a escapar ao fim do dia pelas entranhas do teatro, é um ruidoso silêncio que nos consome.


É um credo de vazios, uma ausência do nada que se não confunde com as palmas no teatro já calado no lusco-fusco da lua, depois de poderosa apresentação; porque dessas dá-nos o compasso o lamurio elegante de ondas delgadas e suaves a embater entradas nas ruínas.
Escolho imagens; umas a seguir às outras
como se as olhasse num hino ou as confundisse no garrido dos brocados e 
dos tecidos e das especiarias 
que iluminam e perfumam a medina.


    Talvez um dia destes eu possa escrever de novo. 
Talvez eu possa voltar de novo a olhar o teatro no  mar de sabratha sem o olhar grande de  Medusa  caída do forum de Leptis Magna.








23/02/2011

Portugal rendeu-se às senhas?!!

O meu amigo e colega Gérard informava-me, rindo como foi confrontado com a paranóia portuguesa das senhas.
"A gare do porto já tem senhas. A gare dos comboios está como a segurança social." E contava:  "hoje, quando cheguei a Campanhã dirigi-me à bilheteira e pedi um bilhete e  a menina respondeu-me a senha, a senha!  Como não tinha ninguém à frente não percebia a insistência, porém, só tive bilhete depois de dar a senha." Pensei que estava na Segurança Social.
O meu amigo Gérard tomou o comboio em Dole e o TGV em Dijon, passou pelo aeroporto de Orly e nunca teve nenhuma senha. Estranhou, pois,  que num local onde não havia fila lhe não vendessem um bilhete sem senha e lembrou-se das horas que com uma senha esperou pela sua vez na fila da Segurança Social.
Apenas ri do seu humorado comentário. Sei que as senhas tomaram conta de nós; e gostava de saber que empresa é esta e a quem pertencem os capitais, pois esta coisa das senhas é uma anedota para qualquer estrangeiro que se desloque  a Portugal e um patetice para nós. Só mesmo ideia de chico esperto, pois claro.
As senhas são inimigas do ambiente. As filas são um comportamento social interessante e um acto de responsabilidade cívica. Morte às senhas, pois então!

Líbia

Teatro de Sabrata

Fui à Líbia duas vezes: em 2008 e 2009. 

Retenho dessas visitas o azul do mar de Sabrata e a tranquilidade da Tripoli.
Sob um calor forte, sentada na cávea do teatro olhava o indescritível azul do mar antecedido por por um desfilar de colunas  de que se destacam as do templo de Isis.




O carocha da Revolução 1969

Em Leptis Magna,  a cidade onde nasceu Septímio Severo, o Imperador  que governou o império entre 193 e 211e que  Dião Cássio descreve como um homem de baixa estatura, delgado, corpulento e taciturno de discurso fácil e convincente, guardei o espanto e as novas descobertas que André Laronde, um amante da líbia que faleceu o mês passado, me mostrou entusiasmado.
Tripoli: Praça verde
Na medina e nas praças de Tripoli senti o cheiro e o vento do Mediterrâneo. E o luxo de passar uma tarde sentada numa na praça, sem tempo marcado para nada, a  admirar uma cidade que corre com mulheres e homens que ao fim da tarde trazem as crianças ao jardim, defronte ao mar.
Mesmo em frente o museu. onde vi coisas que nem nos livros tinha visto depois de passar pelo carocha, mesmo ao lado de um belíssimo altar funerário fenício.


20/02/2011

Vazio

Arqueogeografia

 Na quinta feira passada, na FLUC, foi defendida a primeira tese de Mestrado em Arqueogeografia em Portugal.
Miguel Cipriano E. Costa  defendeu um trabalho sobre as "Redes viárias de Alenquer e suas dinâmicas. Um estudo de Arqueogeografia"
Este trabalho mereceu uma classificação que o distingue pela qualidade e inovação. Inscrito na Arqueogeografia
— disciplina que trata da dinâmica do espaço na longa duração e contribui para o estudo de outras dimensões dos objectos geohistóricos além daquelas que até ao presente fizeram a as disciplinas da geografia histórica, da geohistória e da arqueologia das paisagens e do ambiente — inaugura os trabalhos académicos desta nova disciplina que conta com um portal http://www.archeogeographie.org  e uma vasta bibliografia

17/02/2011

Fundação Casa Grande/imagens

Para que se escute um chão e se alcance uma terra.

A Expedição Caminhos da Chapada busca captar imagens para a produção de um livro/catálogo sobre a Fundação Casa Grande-Memorial do Homem Kariri, tendo a Chapada do Araripe como cenário, destacando e valorizando sua paisagem natural e cultural. Com apoio do Ministério do Turismo esse projeto tem como objetivo fortalecer e consolidar o Turismo de Base Comunitária no município de Nova Olinda – CE e promover e divulgar em mercados e seguimentos dinâmicos no Brasil e exterior.
http://expedicaocaminhosdachapada.wordpress.com/
ttp://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=936922

13/02/2011

O futuro e o Mundo

Chegam a Lampesusa, aos milhares.
São jovens e partem em busca de trabalho, de uma côdea de pão, segundo Bernardino de Rubeis, o responsável da ilha de Lampedusa.
Procuram um abrigo para calar a falta de futuro. São devolvidos ao nada de onde chegaram e onde o futuro tarda.
O mundo é uma imensa promessa que se cumpre apenas para alguns.
Ah! já quase esquecia que a senhora Merkel, que declarou que o multiculturalismo falhou, diz, também,  que vai ajudar o Egipto  a construitr a Democracia. O Sarkozy também ajuda. As férias na casa de Mubarak, no ano passado, nem são para comentar.  Se for com esta gente que se parte para construir a Democracia mais uma vez o Futuro será apenas para alguns e o mundo se continuará  a construir hipotecado.
Gostaria que os egipcios tivessem a sua festa para sempre. Deles e para eles, como querem e sabem. Para que haja futuro algures por aquelas bandas