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19/05/2023
A ARTE DA TERRA
15/05/2023
Escavadora. Claro que sou!
Hoje acedi a uma texto onde um rapaz, Filipe J. C. Santos, se me referia como a escavadora.
Ao longo de vários anos trabalhei num projecto que ele, que nunca visitou, critica com voz, certamente sábia, e desdenhadora das escavadoras.
Como adjectivo, o dicionário indica que sábio é o que sabe fazer habilidades.
Eu, como escavadora, que no dicionário diz significar ser uma máquina de escavar, ofereço-me o qualificativo com orgulho. Como arqueóloga, que no dicionário diz ser a pessoa que se dedica à Arqueologia, não tenho dúvidas que foi o trabalho em torno dessa magnífica ciência que me fez "escavadora". Foi apenas essa habilidades, a de querer saber de cor o que diz a terra.Nunca me furtei ao trabalho para saber mais. Porque o saber dá trabalho. De viva Voz, é preciso escavar!
Contra a Misogenia, nada como uma escavadora!
15/04/2023
Cidades Romanas do conventus pacensis em diálogo no sudoeste peninsular.
Zora, cidade que quem viu uma vez nunca mais consegue esquecer (...) Zora tem a propriedade de permanecer na memória ponto por ponto, na sucessão das ruas e das casas ao longo das ruas e das portas e janelas das casas, apesar de não demonstrar particular beleza ou raridade. O seu segredo é o modo pelo qual o olhar percorre as figuras que se sucedem como uma partitura musical da qual não se pode modificar ou deslocar nenhuma nota.
13/02/2022
Pax Iulia capítulo de Ciudades Romanas de Hispania Cities of Roman Hispania
A Colónia Romana de Pax Iulia apresenta os novos achados e o conhecimento possível que deles resulta em excelente volume coordenado por Trinidad Nogales Basarrate ,a. diretora do Museu Nacional de arte Romano de Mérida
(...)Sobre Pax Iulia, a importante cidade romana da Lusitânia Meridional, não faltam na cidade testemunhos que atestam o seu processo de construção e a sua importância. O complexo de termas que está agora a ser encontrado na área do jardim do tribunal revela, uma vez mais, como é possível encontrar testemunhos dos tempos antigos da cidade em excelente estado de conservação. No mesmo sentido, o baptistério escavado (Fig-2-E) em frente ao templo do complexo tiberiano, abre novas linhas de estudo e convoca o célebre bispo Apringio de Beja em 531. Os trabalhos em curso atestam o decisivo papel deste bispo na continuação da cidade de Beja, durante a Tardo Antiguidade como principal espaço político e de representação regional, certamente requalificada e readaptada (Lopes, 2020).
Se os paradigmas da arqueologia urbana em Portugal se alterarem juntando vontades, zelo político e envolvimento da comunidade, os próximos anos serão determinantes para encontrar a nova imagem da cidade romana que aqui brevemente expusemos.
Poder-se-ia dizer que o mesmo se passa no que respeita ao espaço extra muros da cidade. O conhecimento do quadro de exploração agro-pecuária, que vimos defendendo se torna necessário para alimentar as estruturas ligadas á indústria de salga e conserva de peixe e à produção de ânforas no vale do Sado e na costa litoral na área de Sines, sairia reforçado se se fossem acautelando os dados sobre os quais muito frequentemente surgem notícias de destruição em razão da agricultura intensiva, motivadas por destruições não controladas e às vezes criminosas de villae.
Neste tema se enquadra a problemática da rede cadastral, o instrumento de estruturação e gestão do espaço agrário que terá servido de suporte à exploração desse território, o qual tem estimulado grandes debates. Se em nossa opinião o trabalho de Cedric Lavigne que “ouvre sur des realité planimetriques extrêmement variées, potenciellement riches de sense quant a la comprehension du rapport des societés anciennes à l’écoumène» (Lavigne, 2006: 44) nos estimula metodologicamente e abre novas perspectivas, outras publicações mostram o mesmo interesse mas outras metodologias de abordagem.
J. Gerard Gorges, em publicação datada de 2010, faz uso de metodologia muito ancorada em estudos morfo-históricos e afirma perentóriamente a confirmação da existência de dois grandes cadastros romanos, tal como V. Mantas o havia proposto (Mantas, 1996) Apesar de se apresentarem muito degradados na zona envolvente de Beja a “trame est suffisamment conservée dans deux secteurs ou certains vestíges sont encore repérables” (Gorges, 2010: 160). Ora, até ao presente, e apesar de vastissimos trabalho de arqueologia preventiva, nenhum traço dessa eventual centuriação foi registado.
Na breve síntese que serve de apresentação dos novos dados arqueológicos da cidade de Pax Iulia, a cidade que Estrabão designou de Pax Augusta, quando a referiu em conjunto com as colónias de Augusta Emerita, e Caesaraugusta, se deixou aberto o interesse e a importância que os novos dados arqueológicos trazem para o conhecimento da cidade capital do conventus pacensis.
Ciudades Romanas de Hispania
Cities of Roman Hispania
Trinidad Nogales Basarrate
Editora
Edición del volumen:
Trinidad Nogales Basarrate
Coordinación editorial:
María José Pérez del Castillo
Diseño y maquetación:
Artes Gráficas Rejas, S. L. Mérida (Spain)
Ilustración de la cubierta: Recreación ideal de Augusta Emerita, J.R. Casals.
Ciudades Romanas de Hispania
Cities of Roman Hispania
(Hispania Antigua, Serie Arqueológica, 13)
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25/12/2021
Narbonne à reconquista da sua romanidade ou como há políticos que fazem a diferença na cultura
19/07/2020
Estátua do culto imperial em Pax Iulia (Beja), Portugal
30/03/2020
Ménade. Fragmento de Baixo Relevo de Pax Iulia, Beja, Portugal.
Neste delicado fragmento de relevo é sensível uma linguagem plástica do primeiro classicismo (século V a.C.) que apreendemos através da transparência sensual das vestes e da sensação de movimento, linguagem que seria recuperada na época do imperador Augusto (31 a.C. - 14 d.C.), período em que foi, certamente, executada essa peça.
CARVALHO, Helena Paula Abreu, 1992, " A Esculturas Romana em Portugal: um ensaio de Arqueologia Social, Universidade dos Açores, 1992 , pp 116.