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16/07/2017

A civitas de Pax Iulia: percursos e debates...


Exactamente há dezassete anos, em 16 de Julho de 2000, entreguava-se nos  serviços académicos da UC a dissertação de doutoramento intitulada “A Cidade Romana de Beja , percursos e debates acerca da “civitas” de PAX IULIA” para que seguisse o processo tendente a ser defendida em provas públicas na Universidade de Coimbra.

Em 15 de dezembro de 2000 foi o doutoramento concluído com a aprovação com louvor e distinção por unanimidade.
Nessa atura ousou-se  entregar dois volumes em papel e os restantes sete em CD. Nunca ninguém tinha entregue na FLUC as dissertações de doutoramento ou mestrado em formato digital e o desencadear do processo obrigou a um conjunto de diligências tendentes a confirmar essa possibilidade. Foi aceite e abriu precedente.

Este era o segundo trabalho sobre a cidade de Pax Iulia.



Em 1992, em Fevereiro, apresentei para prova de avaliação científica o trabalho “ A sigillata de represas. Tratamento Informático” .

Pela primeira vez  no mundo, apresentava-se uma base de dados para conjuntos de cerâmica romana. Eram 32 .000 peças provenientes da villa romana de Represas da colecção de Fernando Nunes Ribeiro. A villa foi destruído e, a meu saber, além de uma carta de repulsa pela destruição e de protesto pelo comportamento das instituições que tutelam a arqueologia, não conheço outras preocupação. 
Era uma villa romana absolutamente fantástica  e diferente de todas as outras, pois era um entreposto comercial, onde, inclusive, se reconheciam vestígios da centurião romana. Havia um estudo continuado desta villa e sabíamos muito do subsolo porque além da fotografia aérea, em 1990, gastámos 250 euros para, pela primeira vez em Portugal, se usar prospecção geofísica aplicada à arqueologia.
Do primeiro livro, a utilidade pode medir-se, por exemplo, pela quantidade de vezes que se refere na bibliografia dos trabalhos do Alqueva e a qualidade e importância pelas referências nacionais e internacionais  O trabalho de campo, que deu origem a uma carta arqueológica ,  o qual constitui o segundo volume da tese, foi feito com um projecto da FCT, dinheiro próprio e o apoio do Presidente da Câmara de Serpa, João Rocha, para a Carta Arqueológica de Serpa e o do saudoso Presidente de Câmara de Vidigueira, Carlos Pinto Goes, para a Carta Arqueológica de Vidigueira.

Da Câmara de Beja recebi 200 euros para ajudar a pagar a publicação que se fez em 2003, a troco de 500 livros. 

Não s sabe onde estarão esses livros. Foram levado  para a Biblioteca José Saramago e nunca mais ninguém soube qual o destino que lhe foi dado. 
Como nesse ano fiz um grande protesto, que chegou aos jornais e televisão, (veja-se post anterior)  contra o que se passava na Praça da República, talvez os livros tenham desaparecido no ruído do meu protesto.

Hoje, dia 16 de Julho de 2017, termino um livro sobre a escultura romana de Pax Iulia. Haverão de faltar exemplares que estarão algures por publicar — hoje já se não faz o que Abel Viana fazia e torna-se difícil fazer trabalhos de síntese (e, sobre o método de Abel Viana falarei um dia destes). Haverá, certamente, quem se apresse a tomar como mais importante esse facto  que a importância dos que se reuniram e estudaram. 
Brevemente teremos publicação, com meios próprios e com a ajuda de amigos que fazem o design, com o apoio de muitos especialistas e outros amigos. 
Quando  iniciei este livro pensava que este era o início de uma nova fase de trabalhos sobre Pax Iulia. Hoje, 25 anos depois do primeiro, realizei  que que pensava...  
Lutar tanto também cansa!

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