Numa herdade em Beringel (Misericórdia’), pertencente ao Eng-º Mira Galvão, em 1923, no decurso de trabalhos agrícolas, recolheu-se um torso de uma estatueta, que Abel Viana, de acordo com a notícia publicada no Diário de Lisboa, de 27 de Fevereiro de 1943, considerou ser " a mais delicada e amorosa peça de estatuária romana até agora encontrada em Portugal”, relacionando-a com o culto de Vénus de Afrodite.
Abel Viana assegurou que a pequena peça desse entrada no Museu Regional de Beja, onde hoje se encontra.Trata-se, na realidade, de uma representação de Aphrodite de Aphrodisias da qual se conserva a parte inferior do corpo, desde a cintura até ao tornozelo. Afrodite de Aphrodisias é a vinculação do culto de uma antiga deusa da fertilidade, da Anatólia, ao panteão helénico. De acordo com a iconografia de Aphrodite de Aphodisias, cujo protótipo é a cópia de uma estátua colossal, de época helenística, encontrada no Boleuterium (casa do Conselho) da importante cidade de Aphrodisias (Turquia), a figura usaria um véu, preso numa coroa alta sobre o cabelo, uma veste fina, sobreposta de uma túnica (chiton), mais grossa e decorada. A decoração frontal da túnica repartia-se por uma área do peito e quatro faixas inferiores, correspondendo em cada uma delas uma decoração figurativa respeitante a diferentes aspectos de Afrodite. Na parte exterior apenas surgem, bem desenhadas, as pregas que correspondem ao véu.
Abel Viana assegurou que a pequena peça desse entrada no Museu Regional de Beja, onde hoje se encontra.Trata-se, na realidade, de uma representação de Aphrodite de Aphrodisias da qual se conserva a parte inferior do corpo, desde a cintura até ao tornozelo. Afrodite de Aphrodisias é a vinculação do culto de uma antiga deusa da fertilidade, da Anatólia, ao panteão helénico. De acordo com a iconografia de Aphrodite de Aphodisias, cujo protótipo é a cópia de uma estátua colossal, de época helenística, encontrada no Boleuterium (casa do Conselho) da importante cidade de Aphrodisias (Turquia), a figura usaria um véu, preso numa coroa alta sobre o cabelo, uma veste fina, sobreposta de uma túnica (chiton), mais grossa e decorada. A decoração frontal da túnica repartia-se por uma área do peito e quatro faixas inferiores, correspondendo em cada uma delas uma decoração figurativa respeitante a diferentes aspectos de Afrodite. Na parte exterior apenas surgem, bem desenhadas, as pregas que correspondem ao véu.
Da estatueta de Beringel não se conservaram a cartela do peito, onde estaria representada uma meia lua invertida entre os seios, e a primeira faixa onde deveriam figurar Selénio (lua) e Helio (sol). A segunda faixa tem representadas as três Graças, (suas assistentes), entre duas cornucópias, a terceira expõe Afrodite a montar um cavalo ou um bode do mar com tritões e a quarta reproduz três Erotes alados (seus filhos e agentes), o do meio figurado como lançador de setas.
A estatueta de Beringel, segue o protótipo canónico, sendo um dos 19 exemplares conhecidos, dos quais 11 são de Itália (Óstia e Roma) e desconhecendo-se qualquer outro paralelo na Hispânia.
É uma obra de grande qualidade, importada de Roma, ao tempo do Imperador Adriano (século II d. C) . Segundo Robert Turcan, na ápoca de Adriano vários escultures de Afrodisias terão estado na capital do império a trabalhar na decoração da villa Adriana, como sugere o epitáfio do escultor Zenão, conservado no Vaticano, e a eles se deve atribuir a responsabilidade da execução destas esculturas que se terão difundido pelo Mediterrâneo Central e Ocidental. A de Beringel terá chegado via Óstia.
O local de achado, uma propriedade rural (o que constitui raridade), está, certamente, ligado com um culto privado a Afrodisias, devendo a divindade ocupar um pequeno altar no interior da residência.
Outros testemunho dos cultos orientais na civitas de Pax Iulia, atestados por inscrições a Cibele ( IRCP. 289), Isis (IRCP. 338), Mitra (IRCP. 339) e (Serápis, I RCP. 231), datados de meados do século II, alinham com um ambiente de celebração dos cultos orientais na capital do conventos Pacensis, conferindo à cidade um cosmopolitismo evidente, anotado, também, por outras inscrições e obras de arte.
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