Abriram-se os telejornais com a notícia; nos últimos dias escreveram-se e disseram-se nos jornais e nas rádios muitos minutos de prosa sobre Beja.
Beja é uma pequena cidade, pacata e misteriosa como o sol abrasador que no Verão se lhe apega; por entre as suas ruas, como as dos Pintores, da Guia, da Muralha do Sembrano e travessas de que se destaca a estranha da Audiência, pode descobrir-se uma fascinante cidade que se não adivinha no casco mais moderno. Pequena e simples, surge belíssima quando se anda por ela. Desenha-se influenciada pela imponente torre de menagem, as Igreja de Santa Maria e Santo Amaro, os conventos da Conceição e o de S. Francisco e por tantos outros espaços que lhe moldam a vida, produto que uma história de milênios lhe foi oferecendo.
Mas é um crime hediondo que traz Beja para a ribalta e que lhe dá protagonismo.
Acredito que é um crime ir a Beja e não percorrer a cidade, descobri-la e quedar-se um pouco no seu tempo, que por ser cúmulo de tantos tempos, se afigura uma eternidade.
Não tenho dúvidas da interessante reportagem que a desmontagem deste outro haveria de constituir. Depois, num tempo em que tudo acontece a correr, encontrar o ritmo da vida que flui seria um enorme privilégio. Jamais um fait divers!
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