Ao ritmo do tempo. E das condições. A cidade vai ganhando corpo, empilhada nos desmoronamentos e desgastes do passado. Percebe-se que nem sempre houve tempo nem meios para se reconstruir em sólidos alicerces, pois que, tantas vezes, se acomoda apressada nos entulhos e nos restos arruinados que se sobrepõem abeirados nas ruas e por cima delas.
Tem ar de estaleiro permanentemente aberto e monotonamente degradado o chão desta cidade. Como num jogo em que se chega ao fim só depois de avanços retardados por regressos ao ponto de partida, o retorno à casa de partida é, neste caso, um o um regresso ao ponto de onde melhor se observam os modos como a cidade se encontrar com a sua construção.
Voltámos a vasculhar o interior e à casa de partida. Prontos para observar, novamente, a fábrica da cidade. Elegemos o olhar o " Operário em Construção" e a "cidade Antiga", poemas que Vinicius de morais escreveu para outros, como instrumentos para vencer o caminho.
Voltámos a vasculhar o interior e à casa de partida. Prontos para observar, novamente, a fábrica da cidade. Elegemos o olhar o " Operário em Construção" e a "cidade Antiga", poemas que Vinicius de morais escreveu para outros, como instrumentos para vencer o caminho.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdad
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
........
http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_article=206
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdad
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
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