Por uns dias, em período de revolução, andei pelo Egipto. A Revolução deixou o Egipto quase vazio de turistas que, amedrontados, anularam a s suas visitas e tive oportunidade de gozar de uma visita de turista que poucos turistas terão feito. Com o Egipto tecnicamente vazio de estrangeiros os monumentos, normalmente inundados de gente, ficaram disponíveis à visita a ritmo calmo e tranquilo.
Depois, todo o tempo, andei em companhia de alguém empenhado e convictamente interessado no sucesso da revolução.
Mas, voltando ao Egipto dos turistas, os que não vieram fizeram mal em anular a vinda. A economia do Egipto teve uma baixa de 27%, o que sendo muito é. Apesar de tudo, como dizem os comentadores, muito pouco comparado com os milhares que se podem recuperar com a nacionalização dos bens da família Mubarak, mas se quiserm podem até fingir que não acontece nada no pais.
No Cairo, na Praça Tahrir as manifestações continuam desdobradas em pequenos comícios que se multiplicam à sexta feira e as festa é bem visível em toda a cidade nas bandeiras com que os habitantes, grandes e pequenos, orgulhosamente se enfeitam, como, como dizia um conhecido, se fosse carnaval.
Fora do Cairo, nas cidades turísticas, à parte a ausência de movimento, e os hotéis quase vazios, é preciso contactar com as pessoas para perceber que algo se passa. Em lado se viu qualquer manifestação ou alteração da vida de todos os dias.
Os que vivem do turismo viram as suas receitas baixar drasticamente e alguns, como um certo vendedor de tecidos, não se acanham em dizer que Mubarak era ladrão mas que havia trabalho para todos mas, a cada paço, e mesmo entre estes os estão em desemprego técnico, como são os que vivem dos produtos para o turismo, sem que lhes forcemos qualquer palavra sobre o assunto, a propósito e a despropósito referem eufóricos que é pela revolução.
O orgulho da revolução e a convicção de que, apesar de poder haver um preço a pagar, não poderá deixar-se escapar a oportunidade, são-nos transmitidos quer por pessoas mais esclarecidas quer por simples aderentes sem convicção politica, quer por cristãos e muçulmanos, activistas ou apenas figurantes do “carnaval”.
O Brasil de Lula, como já disse, é o modelo a seguir para mostrar a possibilidade da revolução consequente.
E há dois dias quando na televisão se analisavam os actos de contra-revolução dizia-se que os egípcios deviam estar preparados para este tipo de actos e para o facto de não se amedrontarem, pois que como se viu na revolução em Portugal eles ocorreram durante algum tempo, mas que num tempo relativamente curto e sem muitos danos os portugueses os terão sabido resolver.
Numa revolução tão longínqua, num dia em que em Portugal se encheram as ruas de gente clamando, não sei se os portugueses conseguiram acabar rapidamente com a contra-revolução!
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