Nunca me interessei muito pelas coisas do Egipto faraónico. A grandeza dos templos e das pirâmides e a dimensão das estátuas nunca me fascinaram particularmente. Do mesmo modo que nunca me despertou qualquer sentimento o exagerado tamanho e a idealizada expressão das estátuas colossais ou o módulo repetido de figuras mostradas de lado.
Talvez por nunca ter conseguido ver estas obras sem os seus obreiros e crer que a felicidade de uns se construía pela vida indigna de outros.
As estátuas da ilha de Páscoa são, também elas, colossos. Umas e outras terão exigindo grande sofrimento físico para se erguerem mas, ao contrario das que povoam as proximidades do Nilo, aquelas que se erguem em encostas declivosas na ilha de Páscoa, talvez pelo aspecto patético e a incerteza da sua construção, são-me menos indiferentes e e causam-me algum espanto.
Depois de ter estado ali mesmo em frente, ter averiguado a escala real de templos, dos túmulos e das representações de deuses e faraós não encontrei ainda as apalavras para explicar o que vi.
Ainda não me consigo encontrar nas dimensões da escala inumana das obras.
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