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04/05/2010

E a quem sorri o arroz

E a quem sorri o arroz
com infinitos dentes brancos?

Porque é que nos tempos sombrios
se escreve com tinta invisível?

Sabe a bela de Caracas
quantas fraldas tem a rosa?

Porque me picam as pulgas
e os sargentos literários?
Pablo Neruda, O livro das perguntas, XVIII

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