Em 2006 vi na Praça de Armas do castelo de Beja o touro que aqui se
reproduz. Estava colocado em cima de um estrado de madeira que deve ter servido
de suporte ao seu transporte desde o local de achado e com restos de fitas e de
plástico preto que o terão embrulhado.
Creio
ser este o touro que Leonel Borela indica ter sido recolhido na rua do Touro :“em Agosto de 2005, próximo dos números
de polícia 15 e 13, um capitel de folhas lisas coríntio, semelhante ao d “Os
Infantes” e uma cabeça de Touro muito bem cinzelada (salvaguardadas no castelo),
semelhante às duas que se encontravam embutidas na abside da igreja de são João
Baptista (5),actualmente expostas no Museu
Touro de Pax Iulia (Beja) Início do Séc. I d. C |
Não
encontroamos nenhuma publicação que apresente
o estudo desta peça de muito boa qualidade, datada da época de Augusto.
É
certo que se trata de um exemplar com características muito similares às daquele que está exposto na parede
exterior do Museu: é uma cabeça de touro
imponente no qual não vimos nem chifres nem orelhas (não tivemos oportunidade
de verificar se estes existiram e se eram de encaixe); apresenta narinas bem abertas e olhos
vigorosos com íris e pupila bem marcada. O pelo bem encaracolado na testa, o focinho musculado e a pele enrugada conferem ao animal um aspecto pujante, e à peça uma equilibrada
harmonia.
Sobre a função destes touros duas hipóteses se têm apontado: chave de fecho de
arco, como seria em Mérida; friso angular em edifício do modo que Leonel
Borrela desenhou com os touros antes conhecidos http://forum-romano-de-beja.blogspot.pt/2010/12/restos-monumentais-de-pax-ivlia-i-friso.html
e colocação nas muralhas como acontece em Volterra.
Não sabemos qual o exacto paradeiro desta belíssima peça que poderia ser uma das 10 cabeças de touro referidas por André de Resende ou uma mais além dessas.